Lameblogadas

sexta-feira, janeiro 03, 2003


Lapa, meu depoimento

Sábado à noite. Eu e Pamela queríamos sambar na Lapa. Entramos no Centro Cultural Carioca, passamos no Rio Scenarium, na Casa da Mãe Joana, no Dama da Noite, no Carioca da Gema e acabamos entrando mesmo no, adivinhem?, Nova Capela.
Era só para esquentar as baterias, comer um bolinho de bacalhau talvez, mas o encontro com Elis mudou nossos planos. A conversa tava boa, os amigos (do amigo da Elis) foram chegando e acabamos indo, para onde, ahn?, para a Joaquim Silva. A idéia era entrar no Semente. Por impossível, ficamos mesmo na ladeira, próximos ao Caldeirão. Eu, que sempre acalentei o sonho de entrar lá de novo com um bom grupo de amigos, adorei quando a turma começou a se entusiasmar.
O Caldeirão é a cara da Lapa. Lugar quente, toca de tudo, tem gente de todos os tipos e é de graça para as mulheres. Homens pagam um real. O som é de primeira, o DJ sabe agradar todas as tribos. Ao contrário de Elis, meu olhar não é antropológico. Eu me sinto totalmente integrada à diversidade local.
Dançamos até às cinco, hora em que meu pé começou a ferver. Ops, hora de ir embora, então. Mas a lua estava linda. Acabamos todos embaixo dos Arcos, tomando Coca-Cola (eu bebi água a noite inteira, conforme prometi para o Cícero, garçom mais bem-humorado do Capela) e falando da vida, de Cidade de Deus, do jornalismo... Mas a noite não podia terminar. Faltava o "podrão". Com fome, o povo comeu cachorro-quente e x-tudo. O dia amanheceu, o sono chegou.
No estacionamento, eu, Pam e Elis somos surpreendidas por um grito: "Foi boa a noite, Claudinha"? Qual surpresa, era o Cícero, o garçom do Capela que tem um Verona. "Foi, sim. Dancei muito, mas só bebi água."