O show
O ingresso era para um dos melhores lugares. Deu para ver quando Teresa Cristina foi às lágrimas durante o show de seu Argemiro, sentado ao seu lado. O sambista, emocionado com o teatro lotado e as palmas ardentes da platéia, acabou esquecendo algumas vezes as letras dos sambas e pedindo ajuda à Teresa, que cantava os trechos para ele.
Ela dirigiu os dois o tempo inteiro. Seu Jair não sabia a ordem das músicas, no intervalo entre uma e outra, olhava para trás e tentava decifrar a mímica de Teresa, que sussurrava o nome da próxima canção. Dançando o miudinho, com a elegância de um mestre, vestido em azul e branco, ele levava mais um samba para deleite do público.
O repertório era baseado nos CD's da dupla, com direito a pérolas como Doce na feira, com a qual seu Jair abriu o show, e A chuva cai (Argemiro), que não saem da mente dias e dias depois...
O municipal estava em êxtase, como poucas vezes vi, ainda mais em shows de samba. Teresa, soberana, comandava o espetáculo dos velhinhos como uma madrinha. Palmas também para os meninos do grupo Semente, os "netos" de seu Argemiro: "Eles é que me empurram pra frente, daqui a pouco vou parar nos fundos do teatro", disse ele, bem-humorado e tentando disfarçar o nervosismo.
Mais que aplaudir seus shows na Lapa, onde é rainha, temos que torcer pelo sucesso absoluto dessa menina que tanto amor e carinho demonstra pelos nossos queridos integrantes de uma Velha Guarda que até há bem pouco tempo guardavam suas composições em baús esquecidos.
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