Lameblogadas

sexta-feira, junho 11, 2004



Quando eu comecei a gostar deles por conta própria (antes, eu ouvia os discos do meu irmão), Cazuza já estava em carreira solo. O Barão Vermelho foi A banda da minha adolescência. Cazuza, um dos cantores que mais ouvi até descobrir outras bandas...

Não tive tempo de ir a um show dele, mas ouvi até quase furar (era assim que se dizia na época) o vinil do último show no Canecão. Quando ouço "Faz parte do meu show", me lembro do tempo da escola, das festas em casa e de amigos, sinto os sabores e perfumes daquela época.

Do Barão, as lembranças são mais materiais. O primeiro show foi em Cordeiro, num pavilhão de exposições. Era um festival de rock (rock?) que teve também a participação do Inimigos do Rei, do 14 Bis e... não me lembro da quarta banda. Eu e a Jaqueline, A amiga daqueles tempos, éramos tão fãs que chegamos a tempo de ver Frejat e cia. passando o som. Ou seja, na mesma noite, vimos dois shows da banda.

Nesse tempo, havia muitos shows nos ginásios de dois colégios de Niterói, Abel e Salesiano, onde vi o Barão pelo menos umas quatro vezes. Na última, no Abel, ouvi pela primeira vez "O poeta está vivo". Fazia pouco tempo da morte de Cazuza. Choramos horrores... Era também o fim de uma época. Logo depois, me lembro do choque ao ver Frejat cantando uma música esquisita, com cabelos aloirados e óculos mosca, num estilo clubber que me maltratou...

Ando muito afastada desses sons da minha adolescência. O filme do Cazuza, que estreou ontem e pretendo ver hoje, suscita uma série de lembranças boas, ainda que suburbanas (será que mais alguém se sente excluído ao ler essas matérias todas com uma visão muito zona sul dos anos 80?), de um tempo em que eu enlouquecia na pista de dança ao ouvir coisas como essa música:


Por que a gente é assim? (Frejat-Cazuza-Ezequiel Neves)

Mais uma dose?
É claro que eu estou a fim
A noite nunca tem fim
Por que a gente é assim?

Agora fica comigo
E não desgruda de mim
Vê se ao menos me engole
Não me mastigue assim

Canibais de nós mesmos
Antes que a terra nos coma
Cem gramas, sem dramas
Por que a gente é assim?

Você tem exatamente
Três mil horas
Pra parar de me beijar
Você tem exatamente tudo
Pra me conquistar

Você tem exatamente
Um segundo pra aprender a me amar
Você tem a vida inteira
Pra me devorar...

Mais uma dose?
É claro que eu tô a fim
A noite nunca tem fim
Por que a gente é assim?