Essa noite eu sonhei que voltava a uma escola (faculdade talvez?) para encerrar um período. Depois de encontrar pessoas queridas (mas desconhecidas na vida real) eu recebia uma caixa grande, com coisas velhas, empoeiradas, sujas até. Era tudo o que eu tinha perdido durante o tempo em que lá permaneci: roupas, objetos queridos. Reconheci algumas. Foi uma deliciosa viagem no tempo que me fez fantasiar sobre a "grande caixa" que é nossa memória social, afetiva e histórica que, uma vez remexida, nos causa sensações que vão da felicidade à nostalgia ou da tristeza ao alívio. Se pudéssemos juntar tudo o que vivemos num lugar o que guardaríamos?
Eu me lembro de ter sido uma pessoa com ótima memória até o fim da adolescência. Podia me lembrar para onde tinha ido em cada feriado do ano, onde tinha conhecido todos os amigos até então, e os nomes deles, os números de telefones, as datas de aniversário da família, tudo tudinho. Adulta, passei a esquecer o que ganhei de presente no 17 de março do ano anterior. Os diários não tinha mais paciência para escrever. Aliás, tempo. O tempo, então, passou a ser mais importante que somente o horário de chegar à escola ou ao curso de inglês.
Na fase adulta, o tempo e o espaço ganham novas dimensões, que nos obrigam a fazer escolhas e nos oprimem. Comecei a juntar livros depois dos 20 anos, quando passei a ter renda para comprá-los e pedia para ganhá-los. Já dei alguns, emprestei outros e vendi os que não queria mais. Minhas estantes estão abarrotadas, muitos acho que não mais folhearei, mas tenho vontade de guardá-los. Até quando suportarei? E a cabeça, que não guarda mais o que eu gostaria de lembrar?
No mundo digital, bem poderiam criar a "grande caixa" da memória, o problema seria o tempo utilizado para preenchê-la. Teria? Nunca mais, desde a adolescência, consegui completar uma agenda. Nem eletrônica nem pessoal nem profissional. Os cacos estão espalhados e sou incapaz hoje de encontrar o que quero na hora que preciso. Por falar nisso, onde estará a faixa verde e roxa que mais gostei de comprar na última viagem e que não voltou na minha mala?
Ficou no sonho.
Eu me lembro de ter sido uma pessoa com ótima memória até o fim da adolescência. Podia me lembrar para onde tinha ido em cada feriado do ano, onde tinha conhecido todos os amigos até então, e os nomes deles, os números de telefones, as datas de aniversário da família, tudo tudinho. Adulta, passei a esquecer o que ganhei de presente no 17 de março do ano anterior. Os diários não tinha mais paciência para escrever. Aliás, tempo. O tempo, então, passou a ser mais importante que somente o horário de chegar à escola ou ao curso de inglês.
Na fase adulta, o tempo e o espaço ganham novas dimensões, que nos obrigam a fazer escolhas e nos oprimem. Comecei a juntar livros depois dos 20 anos, quando passei a ter renda para comprá-los e pedia para ganhá-los. Já dei alguns, emprestei outros e vendi os que não queria mais. Minhas estantes estão abarrotadas, muitos acho que não mais folhearei, mas tenho vontade de guardá-los. Até quando suportarei? E a cabeça, que não guarda mais o que eu gostaria de lembrar?
No mundo digital, bem poderiam criar a "grande caixa" da memória, o problema seria o tempo utilizado para preenchê-la. Teria? Nunca mais, desde a adolescência, consegui completar uma agenda. Nem eletrônica nem pessoal nem profissional. Os cacos estão espalhados e sou incapaz hoje de encontrar o que quero na hora que preciso. Por falar nisso, onde estará a faixa verde e roxa que mais gostei de comprar na última viagem e que não voltou na minha mala?
Ficou no sonho.
3 Comments:
Super color scheme, I like it! Good job. Go on.
»
By Anônimo, at 9:54 PM
Hey what a great site keep up the work its excellent.
»
By Anônimo, at 5:21 PM
Especially I like the first site. But other links are informative too, if you are interested check all those links.http://indexmachine.info/36.html and http://indexmachine.info/3182.html
By Anônimo, at 1:24 AM
Postar um comentário
<< Home