Lameblogadas

sexta-feira, junho 11, 2004



Orlando Mavioso

Tudo no show do Zé Renato, quarta-feira no Centro Cultural Carioca, foi bonito demais. O que mais me chamou a atenção, além da voz perfeita e do esplendoroso repertório, foi a maneira como ele se expressa com as mãos, ditando o ritmo das músicas... Uma beleza!

Quando ouvimos Zé Renato cantar ao vivo coisas como a "Rosa" do Pixinguinha entendemos as palavras de Hermínio Bello (também na platéia) no programa do show: "... logo o chamei de Zé "Voz de água", pela limpidez cristalina de seu canto de extrema sensibilidade, ele moderno seresteiro..." Nada mais precisa ser dito!

Rosa (Pixinguinha)

Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada e formada com ardor
Da alma da mais linda flor de mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
O teu coração junto ao meu lanceado pregado e crucificado
Sobre a rósea cruz do arfante peito teu
Tu és a forma ideal, estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação que em todo coração sepultas o amor
O riso, a fé e a dor em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela, és mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza
Perdão, se ouso confessar-te eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus quanto é triste a incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar em conduzir-te um dia aos pés do altar
Jurar, aos pés do onipotente em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos em nuvens de beijos
Hei de te envolver até meu padecer, de todo fenecer