O jornalismo é como a política. Feito de momentos de extrema euforia e outros, de frustração profunda. O que prevalece, no fim das contas, é o amor pela profissão (ou seria louca de estar trabalhando nela ainda?) e o prazer que, às vezes, mesmo que raramente, ela proporciona.
O nariz de cera é para contar a experiência que tive esta semana. Encontrei pessoas que há muito gostaria de conhecer pessoalmente. Hoje historiadores e pesquisadores respeitados, um dia eles pegaram em armas para tentar mudar o país. Sem juízo de valor sobre seus atos, eu tinha muita curiosidade para ver suas caras, olhos e expressões. Li livros deles e pude, finalmente, ouvir suas idéias ao vivo.
Uma dessas pessoas é o professor da UFF Daniel Aarão Reis Filho. Sempre quis ser sua aluna, mas o horário das aulas e o trabalho me impediram (será que ainda terei pique para uma pós-graduação em história???). Eu o admiro não só pela coragem de ter posto em prática suas idéias revolucionárias da época (anos 60 e 70), como pela racionalidade e paixão com que fala e escreve sobre elas hoje. Por ser um acadêmico que escreve muito bem, indico a leitura de seus livros, principalmente os que ainda estão à venda nas livrarias.

Uma vez escrevi a um outro mestre, Dênis de Moraes, que a nossa aproximação na universidade não era apenas uma coincidência, mas um "encontro predestinado das afinidades". Nos últimos dias, tenho sentido uma saudade imensa dele.