Brilho eterno de uma mente sem lembranças...
Saí do cinema ontem vasculhando o passado na memória. Misturado aos sentimentos do presente, tudo se resumiu a uma certeza: não há nada que se tente apagar quando o mais forte é o amor.
Por isso, o quadro só pôde ser posto na parede quando nenhum sentimento despertava mais. Estava ali apenas como um bom teste: acabou mesmo, que alegria. Um dia, acordei e achei que era feio. Retirei também sem nada sentir. Ótimo.
O melhor é quando se guardam as coisas boas, sem que isso cause sofrimentos. Tão bom me lembrar só dos lugares que visitei sem pensar na companhia de outrora - por total falta de importância. Melhor ainda é pensar no que foi construído sem mágoas no coração. Sinal de crescimento interior.
Na solidão do carro, outras reflexões. Por que a sensação de que o bom é o início do namoro, quando ainda não conhecemos os defeitos, fragilidades e maluquices do outro? Quando as mágoas não macularam os corações? Quando o sentimento é forte e presente, o tempo, e o que vai sendo construído ao longo, só fortalece os laços. Tem sido assim. Até que, como escreveu Paulo Mendes Campos numa crônica que dá nome a um livro de coletânea, o amor acaba. Ou renasce, eu diria. Ou permanece intacto, como atesto em relação ao que sinto agora.
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