Lameblogadas

segunda-feira, janeiro 26, 2004



Num dia de 1986, quando eu tinha 11 anos, mamãe saiu para comprar "uns discos de pagode". Fui junto. De samba, lá em casa, só tinha os discos das escolas, sendo o primeiro o do carnaval do "Bum bum baticumbum prucurundum". No pacote, trouxemos o primeiro solo de Zeca Pagodinho, que tocou muito na minha vitrola vermelha da infância.
Dezoito anos depois, paixão por Zeca consolidada, eu me emociono ao redescobrir aquele disco que trazia sambas escondidos na minha memória. Por isso, assistir ao seu show no Metropolitan (ops, Claro Hall) foi dos melhores programas da semana agitada que passou.
O melhor momento do show, que teve a participação de Cauby Peixoto foi o final, quando Zeca levou seus amigos partideiros ao palco, Arlindo Cruz e Dudu Nobre entre eles. Eles cantaram juntos os clássicos dos meus 11 anos e levantaram a platéia, já delirante. Hoje eu vou postá-los aqui. Começando pela música que o meu amor não tira da cabeça.

Casal sem-vergonha (Arlindo Cruz e Alcyr Marques)

A minha vida é um mar de rosa
Em tua companhia
Brigamos mil vezes ao dia
Mas depois das brigas
Retorna a harmonia
Às vezes ela é dengosa
Às vezes é bicho de peçonha
Sem vergonha
Somos um casal sem-vergonha
Sem-vergonha
Somos um casal sem-vergonha

Nós brigamos por ciúme
Costume, queixume
Ou coisas banais
Não quero que ela fume
Ela quer que o perfume
Que eu use não cheire demais
Brigamos quando sou bravo
Brigamos até quando banco pamonha
Eu já disse porque meu bem
Sem-vergonha
Somos um casal sem-vergonha

Às vezes ela provoca
E às vezes sou eu o provocador
Quando fazemos as pazes
Nós somos os ases na arte do amor
Mesmo brigando esperamos por muitas
visitas da dona cegonha
Eu já disse porque meu bem
Sem-vergonha
Somos um casal sem-vergonha