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sexta-feira, janeiro 16, 2004



Foto de Fábio Rossi

Quando o trabalho vira diversão...

Nada como uma boa pauta para alegrar uma tarde de trabalho na Zona Oeste. Ontem, uma delas era com a Velha Guarda da Mocidade, que em 2001 criou a sua Velha Guarda Show e agora luta para gravar seu primeiro disco. Os integrantes, todos na casa dos 60 (a Mocidade é da década de 50), chegaram na hora marcada e fizeram uma alegre roda de samba para a fotografia e para o deleite da repórter que gosta de samba.
Com um repertório baseado em antigos e recentes sambas-enredo e também em sambas de terreiro da década de 60 e 70, a Velha Guarda entoa todos em ritmo mais lento, com a cadência que não ouvimos mais nem na avenida nem nos discos de samba-enredo.
Os compositores mais cantados são Toco, autor, entre outros, de "Apoteose ao samba", que levou a Mocidade ao grupo especial, em 1958, e Tiãozinho, seu parceiro e compositor campeão em 1985, com "Ziriguidum 2001, um carnaval das estrelas; em 1990, com "Vira virou, a Mocidade chegou", e no ano seguinte com "Chuê chuám, as águas vão rolar".

Nota: é impressionante, mesmo sendo óbvio, notar que a distância que separa a sede da Velha Guarda da quadra da escola (uma em frente à outra) é muito maior que apenas uma rua. Ao atravessá-la percebe-se, com tristeza, o que as escolas de samba eram e no que se transformaram.

O samba campeão na Praça Onze em 1958:

Apoteose ao samba (Toco e Cleber)

Nas noites enluaradas
No tempo do cativeiro
Todos devem conhecer
A fama de carrasco
Do coronel Trigueiro

Mas existia um porém
É que o "seu" coronel, toda fúria perdia
Quando escutava no terreiro
Um preto velho amarrado no tronco
Que entoava sua melodia

Era o Samba, sim senhor
Entoado com sofrimento e dor
Neste ritmo cadenciado
Que pelo Brasil se propagou
Radiofonia, imprensa falada
Associação, departamento de turismo
Que com muito brilhantismo
Pelo nosso samba trabalhou
Confederação Brasileira
Lutou pelo mesmo ideal
Para que o samba se tornasse
O orgulho nacional