"Por trás de um homem triste/Há sempre uma mulher feliz/E atrás dessa mulher/Mil homens, sempre tão gentis" ("Deixe a menina", 1980)
Qual a mulher que não se apaixona pelo cara que escreveu versos assim? Ao ouvi-los pela primeira vez, (as primeiras vezes com o Chico foram assombrosas), eu caí apaixonada. Os olhos azuis, a boca vermelha e perfeitamente desenhada, o corpo em forma, o charme, enfim, todo o resto eu percebi mais tarde, bem depois de despertada a consciência política - intensificada pela descoberta de suas letras - quando ele se tornou uma obsessão de fazer perder a voz.
Ao chegar perto pela primeira vez, mal pude fazer a mímica: "me dá um autógrafo neste CD". Dizer meu nome foi um sacrifício de pesadelo, daqueles em que não conseguimos nos pronunciar, nos mexer, sair da inércia...
Hoje, véspera do seu aniversário, tão celebrado por todos, estou frouxa de rir. Ao abrir o Segundo Caderno de manhã e ver sua foto na praia, com os pêlos eriçados (alguém mais reparou que sua pele está arrepiada pelo vento?) e uma forma física de fazer inveja, agradeci a Deus por ser mulher, brasileira e ter vivido no Rio em sua época.
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