Fila de velório de gente famosa é lugar de oportunistas, malucos, candidatos a celebridades e até de admiradores. Nas nove horas que passei no Palácio Guanabara, ontem, vi de tudo: a brizolândia representada por velhinhos com rosas e lenços vermelhos no pescoço, políticos vindos de Brasília para o último flash, obscuros como o Márcio Braga, ex-presidente do Flamengo, que demorou a conseguir o privilégio de furar a fila, o onipresente Sadi, andarilho carioca das madrugadas, e até editores do Globo, que aproveitaram o fim do fechamento para também prestar a sua homenagem.
Porém, o que mais chamou a minha atenção foi uma velha antipática, que estava sentada numa cadeira desde a hora que cheguei, às 15h30. Sem jamais se levantar, ela ainda reclamou quando ocupei um espaço da poltrona ao lado, reservado para alguns de seus acompanhantes. Pois, todos foram embora. Eu tive que me levantar para as entrevistas, os políticos não paravam de chegar, e quando o cansaço batia me lembrava de procurar o lugar da velha. Mas lá estava ela: ora roncando, ora vigiando o movimento.
Passava das onze, eu tinha me levantado outra vez para entrevistar a governadora. Quando cheguei perto de seu marido, uma mulher gritava desesperadamente: Garotinho, Garotinho, vim aqui para te ver. Era a velha.
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