Coisas que eu odeio (continuação)

Pessoas loucas que perturbam os outros.

Coisas que eu odeio

Pegar ônibus na Central do Brasil. Não ter dinheiro para a gasolina e o estacionamento. Cheiro de desodorante e perfume baratos. Ônibus lotado. Ficar em pé e ver os outros dormirem. Morar em Niterói e trabalhar no Rio. Não ter o que fazer numa sexta-feira. Chegar cedo no jornal e não agüentar a balada da noite.

Problemática

Faz uma semana que comecei a trabalhar no Jornal de Bairros. Há sete dias, eu enfrento engarrafamento na ponte Rio-Niterói de manhã e à noite. Minha paciência está chegando ao fim.

Fui à Lapa e perdi a viagem

Na sexta passada, pela primeira vez, meus olhos não viram o colorido da Lapa. A mistura de raças, credos e gostos virou um amontoado disforme, feio e fora do lugar. Também não ouvi a tão curtida diversidade musical do lugar. Nos ouvidos, só burburinhos indefinidos e incômodos.
Noite chata, que piorou na subida da ladeira num encontro com um ex-colega de escola. "Quer fumar um", foi a pergunta que me fez depois de anos sem trocarmos uma palavra. Exagero meu. Primeiro ele perguntou meu nome e onde mesmo tínhamos estudado juntos. Cruz credo!!!
Eu e Pamela, outra freqüentadora assídua, atravessamos a ponte de volta a Niterói matutando a mesma pergunta: onde estava a Lapa de tantas noites divertidas? Falta dos amigos, dia impróprio, cansaço pelo trabalho, muita sobriedade? Sei lá.
Fomos embora desconfiadas de que tudo desandou depois que o lugar virou cenário de novela da Globo. Não sem antes passarmos no Capela para comer um delicioso bolinho de bacalhau. Salvamos a noite.

Saudade

O Pedro foi embora do Globo. Nunca mais eu tomei chá.

Faltam cinco dias

Lula disse que esta seria a semana mais longa de sua vida. Para quem esperou treze anos pela vitória, sete dias não são nada.