Lameblogadas

sexta-feira, junho 21, 2002

A noite ontem não podia ter sido melhor. Não necessariamente nessa ordem, teve: seu Artur, Fernando Pessoa, vitória do Brasil, amor, caipirinha, beijo na boca, amigos, lágrimas, sorrisos. Para completar a felicidade, uma mensagem linda no meu celular: "hoje seu sobrinho engatinhou sozinho pela 1ª vez."
Ainda não falei dele, o menino mais importante da minha vida: João Gabriel. Meu anjo de cinco meses, dois dentinhos e muitos sorrisos. Um presente da Daniela, minha cunhada, e do Caio, meu irmão. Mais querido que nunca porque fez uma criaturinha tão linda...João Gabriel, a maior felicidade da minha vida.

quinta-feira, junho 20, 2002

Os amigos.

Sempre tenho a sensação de que minhas turmas de amigos são as melhores. Em todos os sentidos: são os mais bagunceiros, mais inteligentes, mais unidos, mais mais mais.
Não foi diferente ao entrar aqui no Globo. Fiz amigos tão especiais que a sensação voltou. O que dizer de uma turma que fazia caber numa mesa para apertadas seis pessoas quase dezesseis? Como definir o inesquecível Mario Grangeia e suas aspas inacreditáveis? E o doce de leite de Minas do Ricardo Westin? E o agradável mau-humor de Alê? Ah, a ranzinzice inteligente do Giampaolo... Os papos nouvelle vague com o amigo individual Daniel Moutinho. A beleza atroz e a alma de repórter do William Helal Filho, Lilico para os íntimos. O sorriso largo e a alegria de Ana Maselli, que levou sua beleza ítalo-índígena para europeu ver. A surpresa de descobrir o tamanho do coração de Maria Eduarda Varela, a Duda, ou Dadu, ou Dudinha, que, como a propaganda do Credicard, não tem preço. A desenvoltura e o molejo do Léo Ferreira, agora Léo Bruno, ex-loira de Vila Valqueire. Ah, o tarado do Giordano. Gênio, com nome de. O eterno nervosismo do Aôr, que vive a balançar as pernas como se tivesse pronto para uma corrida rumo ao nada. Sem contar a criatividade rascante dos emails do Léo Cosen, o jeito descompromissado do João (nofa! que saudades...) e até a vagabundice daquele filho da puta do Martielo e a doçura da Renata, com imensos olhos azuis que brilham tanto quanto suas lindas fotos.

Quando essas figuras todas se juntam numa salinha de estágio, no bar do seu Artur, em uma viagem a Teresópolis, no antigo apartamento do Giam, no Galeto, no Lord Jim ou em qualquer outro lugar da cidade tenho a exata dimensão do que é a felicidade.
Acho que não exagero. A sensação lá de cima continua viva.

Hora de atualizar as notícias:

Meu coração está felizzzzzzzzzz.
Hoje é aniversário do meu amigo Gustavo. Gugu, Clauclau te ama.
Ganhei um presente valiosíssimo no Dia dos Namorados, além do próprio, claro. Um livro da coleção do Teatro Completo do Nelson Rodrigues. Com um detalhe precioso: uma dedicatória do autor. Isso mesmo, com a letrinha do Nelson. Chorei de emoção!!!
(Disse-me um amigo: com um presente desse, o cara já te conquistou. Ele tem razão, mas apenas em parte. Só que eu não vou contar aqui o que mais contribui para minha paixão aumentar. Nã nã ni nã não...)

mini-continho por D.Mouta
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O NOME DELA

A loira, quando vestia os óculos escuros, parecia estar sempre com um sorriso ou uma lágrima sob eles. Quase sempre um sorriso. Curioso é que, quando sem eles, jamais dava a impressão de ser capaz de sorrir. Os óculos não eram particularmente alegres, sequer eram bonitos - mas eram, sem dúvida, os responsáveis pela simulação inconscientede um sorriso. Quanto ao rosto, também não era feio ou antipático, apenas severo. Não era atraente. Então quando ela vestia os óculos, eu queria compartilhar daquela alegria ou consolar aquela lágrima. E quando não, eu nem me importava. Depois de mês e meio, descobri que amava: queria
compartilhar e consolar mesmo quando ela ñão vestia os óculos. Acho que simplesmente aprendi. Morávamos numa região muito luminosa. O nome dela, claro, era Clara.

Vinte e sete dias sem escrever. Duas semanas de muito trabalho, pouco sono e muito amor. O cansaço consumiu minha criatividade (digamos que a paixão também). A TPM aumentou o mau-humor. Como disse um colega, meu organismo deve estar desregulado. Ele não sabe que a TPM dá calor, dá frio, dá calor, dá frio, dá tristeza, dá alegria, deixa as lágrimas correrem soltas. Hoje estou melhor, ontem fui liberada para dormir e tentar recuperar o pique.
Acordei cedo à toa, pela terceira vez a pauta é cancelada em cima da hora. Não, não é culpa do chefe malvado. O meu, diferentemente do que dizia Graciliano Ramos a respeito dos chefes, é muito bonzinho.
Mas o que ele dizia? Conto: certa vez, Graciliano recusou o convite para um jantar em casa de seu patrão. Era aniversário do Paulo Bittencourt, dono do Correio da Manhã, e o Velho Graça disse que não iria de jeito nenhum. Por que? Segundo ele, porque todo chefe é filho da puta e ele não jantaria com um.
Essa história está contada na ótima biografia do Velho escrita por Dênis de Moraes. Imperdível.