Lameblogadas

sexta-feira, setembro 12, 2003

De Glauber

O título da matéria do Segundo Caderno de hoje me iludiu. O filme sobre o enterro de Di Cavalcante ainda não está liberado para as telas nem há previsão para isso. Quem leu sabe do que estou falando.
No tempo da faculdade, programei uma projeção desse curta na faculdade, no dia do aniversário da morte de Glauber. Meu professor de cinema na Cinemateca do MAM tinha liberado a película, o diretor de cinema da UFF, o projetor. Mas uma maldita greve dos professores e funcionários entrou agosto adentro, amarelando meu sonho de assistir em película 16 mm à outra obra-prima do diretor do meu filme preferido: Deus e o diabo na terra do sol.
Aliás, o Festival do Rio vai ter uma projeção imperdível, que é o documentário do Silvio Tendler sobre a morte de Glauber. Esse filme também tinha sido proibido pela mãe do cineasta. Uma vez eu perguntei a ela o porquê e ela me respondeu, pretensiosamente, que não confiava no talento do diretor. Coisas de tia Lúcia.
Por falar em Festival do Rio, hoje vou assistir, finalmente, ao filme do Costa-Gavras que passou durante a mostra mas não entrou em circuito.

O Globo faz mal à saúde

Batata, como diria meu querido Nelson Rodrigues. É só voltar a trabalhar que eu fico gripada e com a garganta inflamada. Impressionante!

Depois de brigar com a Luma e expulsá-la da escola, o presidente da Viradouro resolveu criar polêmica com os compositores da vermelho e branca de Niterói. No meio das eliminatórias para a escolha do samba-enredo, Monassa decidiu que a escola vai desfilar com o de 1975, da Unidos de São Carlos. Dominguinhos, que tinha um samba na final e concorria ao prêmio de R$ 100 mil, subiu nas tamancas. Disse que seria ameaçado pela comunidade do Estácio se cantasse de novo aquele samba (ele era o puxador da escola na época).
Polêmica na Viradouro à parte, foi um fiasco essa sugestão da Liga de reedição dos carnavais antigos para comemorar seus não sei quantos anos. Ou todo mundo aderia ou nada de voltar ao passado. Ainda corremos o risco de vermos estragados desfiles que marcaram a história de escolas queridas...

quinta-feira, setembro 11, 2003

Essa moça tá diferente


Quando fui pela primeira vez ao Bip, meu coração saiu de lá sorrindo. Ele pressentiu que ali eu encontraria a felicidade. Acertou.
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Um dia, eu pedi aos céus um namorado que gostasse de samba. E não é que encontrei um que adora, que canta e ainda é portelense. O que eu quero mais da vida? Só as flores - tulipas, de preferência - e muito chocolate.

Balanço da primeira semana de trabalho

Começou assim: 13 horas de labuta na segunda, sete das quais sem usar o computador pifado do jornal. Dois encontros com o secretário estadual de Segurança. Matéria sobre a nova moda dos móveis escuros. Entrevista com os carnavalescos das escolas do outro lado da Baía (para quem está no Rio). Sorriso dos amigos. Abraço da chefe. Frango grelhado e brigadeiro. Saudade das férias... E o fechamento é só amanhã.

Poesia nos últimos dias de férias

Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
- Diga trinta e três.
- Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .
- Respire.
.........................................................................................
- O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

(Pneumotórax, Manuel Bandeira)

quarta-feira, setembro 10, 2003

Poesia nos últimos dias de férias

Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .
— Respire.
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— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

(Pneumotórax, Manuel Bandeira)