Lameblogadas

sexta-feira, julho 19, 2002


Nostalgia dos tempos da orgia coletivo-literária

Esse é o editorial do Caroço 4, publicação perdida no porta-malas de um certo caroço-móvel.

"Todas as vezes absorvemos o que o céu nos joga na cara, sem saber que tudo na vida já está escrito. Ingenuamente, pensamos que nuvens são gotículas de realidade evidente. Realidade? Diabo-tridente! Falando de real, desintegram-se os pedaços de ilusão perdida, da dor contida, do sonho possível. O céu continua ecoando nos vales do inconsciente revolto, da maré tenebrosa em que se perde a carteira. Mas que felicidade! Ergue-te, ó Língua! Diz a que veio com teu discurso, solta tuas blasfêmias em cada canto. Escolhe palavreados saltitantes, óbvios e infantilmente perversos, de maneira que se fira a ingenuidade que já se perdeu. Se ainda assim olhares em torno do umbigo flácido, que orbita a esfera do Caroço, e não enxergares a nossa essência, então verás que és muito pequeno para percebê-la."
Nota: esse texto foi produzido a nove mãos, cada uma tendo escrito três palavras. Sim, há mais de 27 palavras acima, o que significa que todo mundo escreveu várias vezes.

E a semana acaba...

O último fim de foi tão bom que deixou graves conseqüências no meio da. Acordar sem voz todos os dias, suportar uma tremenda dor de cabeça e sentir sono em todas as tardes. Esse foi o resultado da esbórnia, maravilhosa esbórnia. Bebi na sexta e no sábado por todos os anos de faculdade em que fiquei caretinha nas noites boêmias da mesa da Elvira, no lugar pobremente conhecido como Baixo Uff. Depois de uma recauchutada geral, dizem que a Elvira fechou. Pudera. No meu último aniversário, o pastel já não tinha gordura, a dona estava insuportavelmente bem-humorada. A sofisticação dos últimos tempos não fez bem ao bar, que tem um garçom evangélico.
Diriam meus amigos do Caroço (Caroço? http://www.geocities.com/carossonline/) que eu só bebo com os do Globo. Mentira. É que nos tempos do Iacs eu só me embriagava com vinho e cachaça em noites poéticas. Raras e inesquecíveis noites em que as vacas da Patagônia pariam. Dizem agora os caroços que teremos um novo endereço na internet, reformulado, com novos textos. Em se tratando de projetos de amigos utópico-alucinados, é ver para crer.