Lameblogadas

sexta-feira, abril 02, 2004



Atualizando...

Primeiro dia de Bairros, aproveitei para ir ao cinema.

Estou de volta, agora no Globo-Barra, de domingo, que só tem matérias de cultura e comportamento.

Sigo a carreira descobrindo uma imensa capacidade de adaptação. Bem, escolhi o jornalismo para isso mesmo, cada dia estar num lugar, conhecendo coisas diferentes.

Tem-se lutado!!!

P.S. Ainda estou emocionada com o filme sobre Glauber. Um primeiro comentário é que achei desnecessárias as cenas do corpo sendo colocado no caixão. Segundo: as entrevistas feitas no velório, cujo som foi perdido, deveriam ser a melhor parte do documentário. Terceiro: Rocha que voa, que se deteve à passagem de Glauber por Cuba, disse muito mais sobre a personalidade do nosso personagem que todas as tomadas de Labirinto.

quinta-feira, abril 01, 2004



E o Chico, hein? Tava soltinho na festa de pré-estréia do filme Benjamin, baseado em livro seu, como mostra a matéria do Mauro Ventura (que inveja dele!!!) de hoje no Segundo Caderno (http://oglobo.globo.com/jornal/suplementos/segundocaderno/141532754.asp)



No sábado, tem festa no Rio Scenarium. Aniversário da amiga Lu Gondim, é a oportunidade de ouvir a Luciane Menezes ao vivo mais uma vez. Já comecei a ensaiar os passos esta manhã, ao som do meu querido Wilson Moreira, com Jongueiro Cumba. A música está no ótimo CD da Luciane e grupo Pau da Braúna, que tem também uma composição do amigo Marceu, aniversariante de ontem aqui no Globo.

Jongueiro cumba
(Wilson Moreira / Nei Lopes)

O sino badalou no campanário
O hino da Senhora do Rosário
O povo todo bonito
Dança pra São Benedito
Lá de Luanda o luar
Vem pra nos alumiar
Anguara é pra correr
De boca em boca:
Não pára
Que essa goela fica rouca!
Canta, meu povo do Congo
Afoga essa mágoa no jongo
Não deixe angoma calar!

Ah, eu sou jongueiro cumba
Sou jongueiro cumbambá
Oi, é tumba na cacunda:
Ninguém vai me perrengar!

Ô, Dora, tira a saia do balaio
Vambora festejar treze de maio!
Vem que o boião tá fervendo
Depois só no mês de novembro
Mês de Zumbi saravá
E de parar pra pensar
O dia tanto treze quanto vinte
Avia que o negócio é o seguinte:
Um é feriado novo
O outro é de todo esse povo
Vamos os dois festejar

Ah, eu sou jongueiro cumba
Sou jongueiro cumbambá!
Oi, é tumba na cacunda
Ninguém vai me perrengar!

quarta-feira, março 31, 2004



O CD do compositor baiano Roque Ferreira já está nas lojas. O disco é o segundo do selo Quelé, uma parceria entre a Acari e a Biscoito Fino.
Desde que vi uma apresentação dele no CCBB, no projeto Sambas do Brasil, aguardava ansiosamente pelo lançamento. A minha expectativa se confirmou. O CD traz belíssimos cocos, emboladas, sambas de roda e chulas, muitos em parceria com Paulo César Pinheiro.
No site da Biscoito Fino (http://www.biscoitofino.com.br), mais informações sobre o cantor e a opção de compra do primeiro CD de sua carreira.

É difícil escolher uma música para postar, mas lá vai a que mais me fez remexer nos últimos dias.

Garaximbola (coco de embolada de Roque Ferreira e Paulo César Pinheiro)

Garaximbola
Peixe do mar
Embola, embola
Quero ver desembolar
Embola, embola eu
Embola aqui, embola lá
Embolador, no coco de embolar
Embolador dá soco no ganzá
Embolador tá louco pra embolar
Pega no garaximbola
Vamos garaximbolar
Olha a bala, emboladeiro, que o baleiro embala
Ele é bom embaladeiro, embolador, de bala
Embala bem bala de coco como quem no coco embola
Chama o embalador de bala, emboladeiro, pra embolar
Emboladeiro, ê
Emboladeiro, á
Embala a bola na ladeira pra bola embolar
Embola o bolo da boleira que o baleiro dá
Bole no bloco de coo, molha um pouco o paladar
Embala a bola, embola o bolo, bala é pra desembalar
O que embala é coco nesse coco de embolar
Embola a rede, embola o peixe
Embola o rio, embola o mar
Embolador, de peixe eu vou falar
Embolador, remexe esse ganzá
Embolador, me deixe começar
Pega no garaximbola
Vamos garaximbolar
Cocoroca, candiru, pacu, caranguejola
Surubim, carapicu, cará, siri-patola
Pirambu, xaréu, garoupa, carapau, garaximbola
Pescador conhece o peixe, embolador sabe embolar
Leva o balaio ali, traz o balaio cá
Tem carapeba, pirarara, tem curimatá
Corvina, congro, xerelete, tem carapiá
Tem piaba, atum, linguado, tem pintado, aruaná
Tucunaré, cação, tainha, tambaqui, tamboatá
Tem peixe com coco nesse coco de embolar




Desde que as livrarias online passaram a cobrar pelo frete, deixei de comprar livros pela internet. No ano passado, no entanto, não resisti a uma ótima pechincha na Saraiva.com. O livro "Tiradentes, um presídio da ditadura", que deixei de comprar na Argumento porque era caríssimo, estava sendo vendido, com frete e tudo, por módicos R$ 20.

Mas, comprovando a minha desconfiança com compras pela rede nunca recebi a encomenda. Pior: esqueci de cobrar, pensando mesmo que nunca tinha efetuado a compra. Qual não foi minha surpresa ao receber um telefonema (um não, vários) da Saraiva. Liguei de volta e reproduzo o diálogo com a atendente.

_ Vocês me ligaram para falar sobre o pedido de número tal.

_ Pois não, vou checar, senhora. Está aqui. Nós verificamos que o livro está esgotado e queremos saber se você gostaria de esperar mais um pouco ou escolher outro.

_ Ah, vocês anunciaram um livro que não tinham em estoque?

_ Não, senhora. Nós demos um prazo para você de oito dias úteis para postagem. Em seguida, verificamos que ele estava esgotado. Queremos saber se você gostaria de esperar mais um pouco para estarmos verificando se ainda pode ter em estoque.

_ Você poderia ver para mim qual é a data do meu pedido?

_ É de 28 de janeiro. Mas você pode...

_ De que ano, por favor?

_ De 2003. Desculpe, senhora. Eu não sabia que o pedido tinha sido feito há tanto tempo.

_ Pois é, e você ainda pergunta se eu quero esperar mais um pouco. O que você acha que eu vou responder?

_ Senhora, você pode estar escolhendo outro livro. Temos vários em nossas promoções no site. Ou pode também estar pedindo o reembolso.

_ Eu gostaria de ter o livro.

_ Mas ele está esgotado.

_ Então, como...? Ah, deixa pra lá. Eu quero o reembolso.

_ A senhora pode me informar qual é o seu banco, número da conta e outros dados?

_ Não precisa. Vocês têm essas informações no cadastro. De um ano para cá, a minha conta continua a mesma.

_ Desculpe, senhora. Não temos essas informações.

_ Ah, é? Na hora de descontar do banco, vocês tinham a conta. Minha querida, eu vou desligar porque não tenho mais tempo para conversar com você. Por favor, me ligue outro dia que agora estou trabalhando.


Vocês acham que eu tenho pressa para receber de volta esses R$ 20????

segunda-feira, março 29, 2004



Foi um prazer trabalhar na equipe que fez o caderno especial sobre o golpe de 64, publicado ontem no Globo.
Fazer a matéria sobre o Caio Martins, em Niterói, estádio usado como prisão, teve um sabor especial. O personagem que entrevistei, o advogado Manoel Martins, é uma figura extremamente doce, lúcida e com uma história de vida emocionante, embora triste. As outras, sobre a literatura do período, arquivos fechados e mapeamento dos arquivos também tiveram um sabor especial.
Mais uma vez destaco o trabalho do repórter Chico Otávio. Com responsabilidade, talento e companheirismo faz de toda experiência jornalística um prazer extremo.