Lameblogadas

sábado, dezembro 20, 2003



Minha querida amiga Ana Maselli está no Rio. Saiu do inverno de Praga, para onde se mudou depois de casar com o Tom, para passar um Natal quente no Rio. Ela é presença confirmada no piquenique de amanhã no Jardim Botânico.

A foto é da amiga Renata Xavier.



Lerê lerê lerê lerê lerê...

Estou trabalhando direto desde o dia 08. Só vou ter folga no dia 27, próximo sábado. O recesso será até o primeiro dia do ano. Dia 02, uma sexta-feira tenho que voltar à redação. Definitivamente, ninguém merece!



Ontem eu ganhei um presente especial, o novo disco do Monarco - que tinha saído no Japão e agora chega à nossa terra...
Dormi ao som da voz dele, meu portelense preferido...




O céu amanheceu azul, hoje é dia de Portela. Nada melhor que iniciar o dia rodopiando ao som da linda Clara e ouvir, antes de sair de casa para o plantão no jornal, o clássico do Paulinho da Viola sobre a azul e branca...

A Velha Guarda da Portela encerra hoje à noite a programação do ano do Candongueiro, em Niterói. Já entrando no ritmo da roda, uma música bem apropriada para o dia. É do seu Jair do Cavaquinho, um dos seus integrantes. Viva a minha Portela!!!

Roda de samba (Jair do Cavaquinho e Clebinho)

Em roda de samba, meu bem
Eu sempre fui amarrado
Ouço bons versos no samba rasgado
Me proporcionam alegria sem fim
Se entro no samba esqueço da vida
Se vão meus deveres no meio de bambas
Eu sinto prazer e esqueço os problemas
Que afligem a mim
Do samba eu não deixo
Nem que me dê ouro ou muito dinheiro
Pois eu vivo assim de janeiro a janeiro
Assim vou morrer, Deus permita que sim
Pois tenho certeza que fazendo assim
Muita gente censura
Mas não sabem eles
Oh! Quanta doçura
Que existe no samba em me fazer feliz

sexta-feira, dezembro 19, 2003

Estive em Sepetiba ontem para fazer a foto de capa do Zona Oeste, sobre a programação da festa da virada do ano. O personagem foi o Arlindo Cruz, ex-Fundo de Quintal, que vai cantar na praia do bairro no dia 31. A foto foi tirada no Coreto onde foram gravadas cenas da novela "O bem amado" e outras coisas mais. Ele é tombado pelo Patrimônio Histórico.

O sambista passou parte da infância em Sepetiba, que já fez parte de Santa Cruz (li isso no livro "Santa Cruz", da coleção Cantos do Rio, que acaba de ser lançado) e deu muitos peixes e outros bichos do mar fresquinhos aos cariocas. Passeamos pelo bairro para tentarmos encontrar a casa onde morou. Infelizmente, um loteamento deve ter derrubado a antiga residência, de onde ele saiu muitas vezes num bloco formado pelo pai, que foi cavaquinista da Portela (onde a mãe também desfilava) e pelo tio Valtenir (esse que assina o samba-enredo que a minha azul e branca vai reeditar ano que vem na Sapucaí - Lendas e mistérios da Amazônia).

A volta com Arlindo me mostrou um lugar bucólico, mas sujo. Tranqüilo, onde a paz reina entre um papo e outro dos moradores que estavam ontem sentados na praça. As casas são pequeninas e antigas, mas têm as novas, sem nenhuma criatividade, apenas cimento aparente.

No caminho para Sepetiba, passei pelo famoso conjunto habitacional dos Garotinho (esse que no futuro, dizem, vai ficar igualzinho à Cidade de Deus) e muitos campos verdes misturados à incipiente favelização. As andanças pela Zona Oeste têm me feito um bem enorme. Meus olhos estão travando contato com uma realidade do Rio que dificilmente eu conheceria se não estivesse no Jornal de Bairros. Tem sido bom.

quinta-feira, dezembro 18, 2003

Para quem quiser provar a delícia do pão com manteiga no forno da Travessa (não está no cardápio), pode pedir ao Rosivaldo.
"Pode falar com seus amigos, eu mando fazer", disse-me ele ontem.
Aliás, a passagem pela livraria me rendeu outra pequena dívida: mais três Nelson Rodrigues, meu escritor preferido, para a farta coleção.
Inté, amigos. Rumo a Zona Oeste agora.


And the winner is...



O prêmio Donana de hoje vai para Myriam Rios. A atriz católica foi vista ontem num porão da Igreja de Santana, na Cidade Nova. De calça jeans justa, um pouco abaixo do joelho, e camiseta branca, a ex-mulher de Roberto Carlos estava irritadissíma com o que parecia ser uma batida em seu Tipo prateado, parado na esquina da Marquês de Pombal.
Uma rápida pesquisa na internet e fiquei sabendo do seguinte:
_ seu filho Edmarzinho ficou decepcionado ao saber da mãe que o ex-marido dela não era o lateral da Seleção Brasileira: “Você tem que voltar para ele. O Roberto Carlos fez um golaço na Copa", disse o menino. “Tive de colocar um disco do Roberto para ele saber quem era. Ficou decepcionadíssimo", contou a mãe.
_ ela tem um livro de memórias chamado "Eu, Myriam Rios", em que conta como foi sua conversão ao catolicismo e fala do arrependimento pela separação do Rei;
_ ela é mãe do filho de André Gonçalves, aquele que tem no currículo relacionamentos com Renata Sorrah e Teresa Seiblitz (com quem tem outro filho). Na época de Casa dos Artistas, Myriam confessou que não via o programa por ciúmes de André: "ele é muito novo, pode se relacionar com outras meninas, mas não quero ver. O que importa é que é um cara muito bacana, super-família".


Pano rápido.

quarta-feira, dezembro 17, 2003



Bip, 35 anos

Um dia memorável, 13 de dezembro de 1968. O nascimento do Bip é o símbolo da resistência, segundo nosso bravo Alfredinho. Quando fui lá pela primeira vez, fiquei com medo. Nem entrei no bar. Não fiz nada antes de ver outra pessoa, com cara de freqüentador, fazendo antes.
Uma viagem, muitos papos e algumas lágrimas depois, perdi o medo dele. Entrei para o seu fã-clube (e pela primeira vez no bar também). Não fosse por ter percebido a grandeza do homem, pelo menos em agradecimento por ele ser indiretamente responsável pelo encontro com meu amor. De qualquer modo, eu voltaria lá. Não à toa, a ida num domingo à Copacabana mudou a minha vida. Saí de alma lavada, mesmo não tendo encontrado o Pedro nessa primeira vez...
O seu bar reúne gente da melhor estirpe, que comunga o amor pela música e pela igualdade social. Por isso, sempre quis levar alguns amigos lá. No sábado consegui. Os dois na foto à direita estão entre eles. Daniel, que não gosta de samba, tampouco admite quando eu falo isso, e Ricardo, além do Mario e Valéria, Simone e namorado (esqueci o nome); Isabel e Marcelo. Todos lá, além dos habituais e és Paulinha e Marcelo, Marceu, Joaninha, Vicki, Vivi (era tanta gente que não cheguei a tempo para cumprimentá-la), Lucas, Virgínia... Além dos amigos do Pepê: Nana e Paulo, Aninha e Goldenstein, primo Lamego e Babi, Pedro e Paola...
A certa altura, não sabia a quem dar atenção, com quem conversar. Sentei na roda de samba e fui feliz.

Notinhas à parte:

Daniel perdido na esquina, procurando o Bip: "vi uma muvuca ali, mas não tinha nada escrito identificando o bar";
Ricardo se dizendo sem graça por não conhecer uma música sequer;
O espanto da Simone ao ouvir o primeiro esporro clássico do Neném;
Os gritos e pulos por causa da barata que passeou pelos meus pés;
O encontro com uma remanescente do Caroço, Monique, que hoje trabalha no Pasquim e estava lá pelo Luís Pimentel;
A mãe bêbada carregando um neném lindo.


A foto é da Paulinha e está publicada também no Gosto de Samba.



Contagiante a felicidade da moça aí de cima quando viu a edição do livro "Tem mais samba", do Tárik de Souza, lançado ontem na Letras & Expressões. O livro traz na contracapa uma foto dela com o querido Paulão 7 Cordas e o saudoso Argemírio do Patrocínio. Há um capítulo dedicado a ela que se chama "Teresa Cristina - Uma estréia sólida". Bacana.
Mais detalhes com o Pepê. Ele ganhou o livro de presente.



Os amigos e as referências...

Marcelo Moutinho = "O samba é meu dom"
Ricardo Westin = doce de leite
Olívia = Ana Cristina César
Daniel Moutinho = blues
Mario Grangeia = palavras raras
Paula Maia = Paulinho da Viola
Sidnei = estante de livros
Joana = novelas

Ontem ganhei o CD Acústico do Zeca. Quando abri o encarte, pensei na Vicki. Desde que descobri que ela o AMA, não deixo de me lembrar da lourinha sempre que o assunto é Zeca.



Uma das pérolas do repertório da dupla Pepê e Alfredão, que eu adoro ouvir:

Foi uma pedra que rolou (Pedro Caetano)

levava jurando ter grande afeição por mim
e vais embora me deixando triste assim
isto é cruel meu deus do céu
isto é demais isto é pecado
não se deixa um homem assim abandonado
eu que era crente
louco pelo teu amor
estou desiludido
destruíste o castelo
tão bonito que eu havia construído
tens um coração de ferro
falsidade igual à tua
inda não vi
vou viver eternamente maldizendo
o dia em que te conheci
foi uma pedra
que rolou na ribanceira da desilusão
e rendundou na "causa mortis"
infelizmente do meu pobre coração
eu que já pensava ter
um pedacinho pequenino de felicidade
vi tudo desmoronado e destruído
pela tua falsidade
(Ai, ai...)

terça-feira, dezembro 16, 2003



Mês do jabá

O Natal chegou na redação. É um tal de assessor de imprensa circular com embrulhos para lá e para cá. São mimos para os jornalistas, que ganham mal mas se divertem. Eu já ganhei um bloco e uma caixa de jujubas.



A agenda do samba e choro traz hoje a notícia dos próximos lançamentos do Quelé, selo de samba das gravadoras Acari e Biscoito Fino. Depois do disco de Paulo César Pinheiro, que inaugurou o Quelé, vem aí o "Dois bicudos", de Alfredo del Peño e Pedro Paulo Malta (meu amorzinho).
Em agosto, fui a Acari assistir às gravações. Foi no dia da morte do chefe das Organizações Globo, Roberto Marinho (por que lembrei disso agora?). Estava de férias e realizei o sonho de ver meu amor gravando (não o conhecia na época d'O samba é minha nobreza). O disco vai ficar lindo porque, além do bom repertório e do cuidado do exigente Maurício Carrilho, parece que esses dois meninos nasceram para cantar juntos. Quem já assistiu ao dueto deve concordar comigo. Poxa, a Lapa poderia reservar uma noite com a dupla.