Lameblogadas

quinta-feira, dezembro 30, 2004



Clarinha, no Jardim Botânico com o dindinho Pepê - Duas coisas lindas

Este ano, a festa de réveillon que reunirá a nata do samba bip-bipense terá a presença ilustre da Clarinha - que curtirá a sua primeira virada do ano com os amigos "exóticos" da mamãe Aninha e do papai Marcelo. Que a energia pura da menina abençoe nosso ano de 2005.

Feliz Ano Novo para todos! Feliz aniversário para o meu irmão Caio, que completa hoje 34 anos e merece todas as homenagens - afinal, ele me deu o maior presente da minha vida, meu sobrinho João Gabriel. E que venha a festa de Fórmula-1 em janeiro!!!

quarta-feira, dezembro 29, 2004



Piquenique em Paquetá

Todos os meus amigos foram a Paquetá na infância. Menos eu. Trauma que superei no domingo passado, em grande estilo. Conheci a ilha ao lado de pessoas muito especiais e num evento que entrou para o calendário de minha vida ano passado. O amigo-oculto com a turma da Eco - que me adotou - e que conheci durante o estágio do Globo.

Uma tarde para pôr as novidades em dia, conversar sobre profissões, amores, livros, música, roupas e amizade. O passeio de barca passando por baixo da Ponte por onde trafego todos os dias, a chuva por vir, as comidas para degustar na clássica cesta de piquenique, o violão sem o caderno de cifras do Mario, a tornozeleira dada a Simone pela Daniele e que será o presente da Duda no próximo, o parque sugerido pela Rotbande, o presente do Marcelo para o Marcelo para a Isabel, o livro que gostaria de ter comprado para o Daniel (se ele já não comprou, entrou na minha lista de presentes), o presente do Marquinho que já comecei a ler...

Os amigos. Alguns mais íntimos, outros menos chegados. Outro dia para ficar na memória. A ausência sentida de um e de outro para dar a certeza do prazer da presença. Energia trocada por telefone. Sem doce de leite, mas com muitos sanduichinhos na boa inversão de delegar aos meninos a tarefa de levar as comidas.

terça-feira, dezembro 28, 2004



Questões para 2005

Por que eu nunca comprei um CD da Adriana Calcanhoto?

Por que não consigo terminar de ler o terceiro livro do Elio Gaspari?

Por que o grupo Estação não programou uma mostra do Truffaut no Rio em 2004?

Por que ainda não tenho um DVD?



O que era admiração virou obsessão (mais uma para a minha vida). Na falta da obra completa de Aracy de Almeida para escutar, tenho dedicado meus dias a conhecer a desse mestre do cinema, dos relacionamentos, das neuroses, de Nova Iorque, do jazz... Descobri muito mais coisas em comum com sua obra do que os tantos filmes que já tinha visto me fizeram supor: sinto tanto deleite hoje em passar as horas assistindo aos seus filmes que não quero outra coisa na vida a não ser dissecar Woody Allen.



Diários de viagem - Brasileirinha em Buenos Aires

Buenos Aires é o paraíso das compras. Livros, CD's, roupas, sapatos - tudo lá, sabendo procurar, é bem mais barato que no Brasil. Por isso, boa parte da viagem passei andando pelas ruas largas, cheias de lojas, galerias, livrarias e cafés.

Uma galeria, na rua Santa Fé, foi um dos melhores achados nessas caminhadas. O lugar é de gente alternativa, com roupas diferentes (algumas estranhas para o meu gosto) e pessoas vestidas com o que se via nas vitrines. As primeiras lojas eram de fazer tatoo, mas subindo um pouco (havia três andares) e andando pelos corredores descobri um mundo de artigos inusitados como um boné em alemão do Schumacher (que eu trouxe para o meu sobrinho fanático por Fórmula-1, com apenas três anos de idade) e colares de todas as cores por apenas quatro pesos (equivalente a R$ 4). Sem falar nas saias, vestidos, camisetas e outras coisas que não pude comprar por falta de uma companhia mais afeita ao consumo de futilidades.

As lojas de CD's são uma tentação. Há de tudo, até lançamento de discos brasileiros bem mais baratos que os encontrados no nosso mercado nacional. Fiquei apaixonada por uma caixa da Ella Fitzgerald que custa o dobro do preço no Brasil - mas que não tive coragem suficiente de adquirir - e passou a ser a grande frustração da viagem. Sem contar o lugar onde a encontrei: El Ateneo, a livraria de onde não se quer sair nunca mais na vida.

Na entrada da livraria, a sensação é quase a mesma da de um encontro com Chico Buarque: encantamento, prostração, vontade de parar o tempo no instante exato do deslumbramento inicial. Imaginem entrar no Teatro Municipal do Rio: no lugar das cadeiras, livros e CD's. No palco, um café literário. Nos camarotes, estantes e mais estantes do objeto mais precioso do mundo e mesinhas para degustá-lo com os olhos. Simplesmente inacreditável, tanto pela beleza quanto pela variedade do que se vende lá. Dá vontade de ficar para sempre...

Marinheira de primeira viagem, levei uma mala muito cheia de roupas. Agora já sei que se for passar cinco dias, posso levar roupa para três - o resto se compra por lá mesmo.



Mais um presente de Natal

"Dois bicudos", de Pedro Paulo Malta e Alfredo Del Penho, foi selecionado pelos críticos do Globo como um dez melhores discos do ano.

Aos dois meninos, ao selo Quelé e ao Maurício Carrilho (que também figura na lista dos dez mais do Segundo Caderno), meus parabéns.

Meu amorzinho está com tudo e não está prosa!!!

segunda-feira, dezembro 27, 2004



Feira de San Telmo, por Pedro Paulo Malta

Argentina: um exemplo?

Matéria do New York Times, publicada hoje no Globo:

Argentina dá a volta por cima e desafia analistas

BUENOS AIRES. Quando a economia da Argentina entrou em colapso em dezembro de 2001 foi um desassossego. Na ocasião, o cenário econômico mundial se viu invadido por uma série de previsões sombrias sobre o futuro do país. Os analistas foram taxativos: a não ser que o governo argentino adotasse políticas econômicas ortodoxas e rapidamente entrasse em acordo com credores estrangeiros, uma onda hiperinflacionária iria varrer o país; o peso se tornaria sem valor; os investimentos e as reservas estrangeiras desapareceriam; e qualquer pretensão de crescimento estaria fadada ao infortúnio.

No entanto, três anos depois de a Argentina ter declarado um calote de mais de US$ 100 bilhões, o maior da História, o apocalipse não aconteceu. Em vez disso, a economia cresceu 8% dois anos seguidos; as exportações saltaram; a moeda permanece estável; os investidores estão aos poucos retornando; e o desemprego recuou das altas recordes. Tudo isso sem que um acordo sobre a dívida, dentro dos padrões convencionais exigidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), fosse alcançado.

A recuperação da Argentina é inquestionável e foi obtida pelo menos em parte graças a uma postura de ignorar e até mesmo desafiar a ortodoxia política e econômica. Em vez de se apressar e imediatamente satisfazer os detentores de bônus, bancos privados e o FMI — como fizeram outros países latino-americanos em crises menos graves — o governo peronista preferiu estimular primeiramente o consumo interno e dizer aos credores que pegassem uma senha e entrassem na fila.

— Isto é um evento histórico, que desafia 25 anos de políticas ineficientes — diz Mark Weisbrot, economista do Centro de Pesquisa Econômica e Política, um grupo independente de Washington.

A guinada pode ser vista nas estatísticas do governo e nas lojas, onde os consumidores gastaram pesadamente antes do Natal. Mais de dois milhões de empregos foram criados desde o auge da crise, no início de 2002. Além disso, segundo estatísticas oficiais, a renda também cresceu, retornando praticamente ao mesmo patamar do fim dos anos 90.



Presente de Natal

Chico Buarque concedeu rara entrevista à Folha de São Paulo, publicada ontem e disponível na internet para quem é assinante do jornal paulista ou do Uol. Nosso artista maior fala de Cuba, de Lula, de Brasil, da música brasileira, do rap como negação da canção...

Sobre Lula, Chico diz que ainda tem esperança de que nosso presidente mude o rumo do país, que possa fazer algo do que esperamos por tanto tempo: "O Lula sabe o que o cara do rap está cantando. Ele conhece aquela voz...O Lula não tem o direito de ignorar isso. Nessa altura, fico depositando minha confiança pessoal no Lula, minha esperança de que ele encontre uma maneira de pelo menos suavizar esse quadro...De certa forma, o Lula trouxe o acúmulo de esperanças de muito tempo para um tempo em que elas não podem mais se realizar..."

No trecho em que acusa uma onda conservadora da sociedade brasileira, diz: "Na alta classe média, assim como já houve um certo esquerdismo de salão, há hoje um pensamento cada vez mais reacionário, com tinhas de racismo e de intolerâncias impressionantes... As moças bonitas no meu tempo eram de esquerda. Hoje são todas de direita".

Amigas, precisamos ser apresentadas ao Chico!!!



Meu amor em Palermo, Buenos Aires

Pelos nossos um ano e oito meses, uma música que eu adoro e que ouvi no CD da Adriana Partimpim - que você deu de presente para o meu pequeno João Gabriel. Te amo! * Eu também quero um!!!

Fico assim sem você

Avião sem asa
fogueira sem brasa
Sou eu assim sem você
Futebol sem bola
Piu-Piu sem Frajola
Sou eu assim sem você

Por que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
Vão poder falar por mim

Amor sem beijinho,
Buchecha sem Claudinho
Sou eu assim sem você
Circo sem palhaço,
namoro sem 'amasso'
Sou eu assim sem você

Tô louco pra te ver chegar
Tô louco pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço, retomar o pedaço
Que falta no meu coração

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo
Porque? Pooooooorque?

Neném sem chupeta
Romeu sem Julieta
Sou eu assim sem você
Carro sem estrada
queijo sem goiabada
Sou eu assim sem você

Por que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
Vão poder falar por mim

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo