Lameblogadas

quarta-feira, agosto 04, 2004



Aprendi nas aulas do Dante, estimado professor de fotojornalismo da UFF, a diferença básica entre os dois mais cultuados fotógrafos do nosso tempo: Sebastião Salgado, dizia ele, se integra à cena para registrar a imagem; Cartier-Bresson clica sem se deixar perceber.

O "momento-decisivo" do francês era captado assim, num segundo qualquer em que o mais importante momento de um fato - cotidiano ou histórico - acontecesse. Hoje, recebemos a notícia da morte desse mito da fotografia, um dos fundadores da agência Magnum, da qual Salgado também fez parte.

Fica registrado o lamento.



Sábado é dia de matar saudade da Velha Guarda da Portela. Se eles forem mesmo à quadra, é o primeiro tempo. O segundo é no Candongueiro, em Niterói. É o melhor programa do ano!!!

Passado de glória (Monarco)

Portela, eu às vezes meditando,
quase acabo até chorando
Que nem posso me lembrar
Teus livros têm tantas páginas belas
Se for falar da Portela,
hoje não vou terminar
A Mangueira de Cartola,
velhos tempos do apogeu
O Estácio de Ismael,
dizendo que o samba era seu
Em Oswaldo Cruz, bem perto de Madureira
Todos só falavam Paulo Benjamin de Oliveira
Paulo e Claudionor quando chegavam
Na roda de samba abafavam
Todos corriam para ver
Pra ver, se não me falha a memória
No livro da nossa história tem conquistas a valer
Juro que não posso me lembrar
Se for falar da Portela,
hoje eu não vou terminar

terça-feira, agosto 03, 2004



Descoberta recente, ele tem se revelado um dos meus compositores preferidos. Já aconteceu várias vezes: estou ouvindo um disco, nunca dele (ainda não tenho), e uma música me chama a atenção. Pego o encarte e está lá: Billy Blanco.
Outro dia, mais uma vez, foi assim. Cantada por Zé Renato no CD em homenagem a Silvio Caldas, Viva meu samba tem embalado as minhas viagens pela ponte Rio-Niterói.

Viva Meu Samba(Billy Blanco)

Violão, pandeiro
Tamborim na marcação e reco-reco
Meu samba
Viva meu samba verdadeiro
Porque tem teleco-teco

Venho do reino do samba
Brilhar no asfalto
E na forma de samba
Vem o morro também
Faço da minha tristeza
Um carnaval de beleza
Que as outras terras não tem

Toda riqueza do mundo
Não vale um terreiro

Onde eu faço meu samba
Com simplicidade
Com as pastoras na rua
Com um pedaço de lua
E a palavra saudade



Oração

Que o nosso Paulo da Portela inspire os novos diretores da azul-e-branco
Que a nossa Velha Guarda continue preservando, recriando e divindo conosco os sambas que fizeram a história da escola
Que a nossa Clara, madrinha deles, jogue a sua luz sobre todas as almas verdadeiramente portelenses
Que a nossa escola do coração sobreviva aos percalços que aparecerem no caminho
Que os bambas de Oswaldo Cruz não caiam no esquecimento


O meu nome já caiu no esquecimento
(Paulo da Portela)

O meu nome já caiu no esquecimento
O meu nome não interessa mais ninguém

E o tempo foi passando
E a velhice vem chegando
Já me olham com desdém

Ai quantas saudades
De um passado que se vai lá no além

Chora, cavaquinho, chora
Chora, violão, também
O Paulo no esquecimento
Não interessa a mais ninguém

Chora, Portela
Minha Portela querida
Eu, que te fundei
Serás minha toda vida