Lameblogadas

sábado, julho 03, 2004



Na falta do que fazer nesse plantão de sol no Rio de Janeiro, finalmente entrei no orkut. E não consegui mais sair.



Nos tempos da Lotus preta...


Mais uma historinha de Senna, dessa vez um duelo entre ele e o inimigo número 1 dentro e fora das pistas, Piquet. O ano era 1985, Ayrton corria a sua segunda temporada na Fórmula-1.

"Naquele fim de semana do GP da Europa, em Brands Hatch, o tempo a ser batido nos treinos era o da Brabham-BMW de Piquet, pole provisório, com 1m09s204. Antes, a Lotus preta e dourada, aquele reluzente capacete amarelo-limão e o som abafado em baixa rotação do motor Renault Turbo chamaram a atenção de todos por completar duas voltas em baixa velocidade. Nas palavras de Hilton, um predador a segundos do ataque mortal.
Ayrton abriu a volta e o som das explosões violentas do turbo a cada troca de marcha encheu o autódromo de expectativa. Ao cruzar a linha, Senna tinha destruído os tempos de Piquet e Rosberg em mais de um segundo: 1m08s020. E achou pouco porque, disse mais tarde, o carro tinha saído um pouco de frente. A concorrência também tinha mais o que tirar dos carros. Mansell e Rosberg, os dois pilotos da Williams, no entanto, nem puderam comemorar a chegada à casa do 1m07s786.
Quando todos se preparavam para celebrar mais um show de Senna, a surpresa: Piquet cravou 1m07s482, cruzando a linha a exatos 296 quilômetros por hora. E Brands Hatch, mais uma vez, prendeu a respiração para acompanhar o contra-ataque do predador. Em plena volta voadora, no descortinar de uma lombada, Senna deu de cara com a McLaren de Prost em volta de desaceleração. Não se permitiu o direito de levantar o pé nem por uma fração de segundo. Ultrapassou o futuro rival como uma bala. Ao cruzar a linha, 1m07s169.
A corrida foi vencida por Nigel Mansell, com Senna em segundo. Mas o que ficou para a história foram aqueles 313 centésimos de segundo da pole. Que duram bem menos que o pronunciar da palavra genialidade."



Tristeza não tem fim...

Estou quase terminando de ler a biografia de Senna. Queria recomendá-lo para os fãs das corridas, sennistas ou não, porque o livro é fruto de um trabalho de pesquisa muito interessante. Além de recuperar tudo o que foi escrito sobre o piloto na imprensa, Ernesto Rodrigues entrevistou mais de 200 pessoas, entre namoradas, amigos, pilotos, mecânicos e dirigentes das equipes. Ele recompôs a história, corrida a corrida, relembrando os lances geniais, contando os bastidores de negociações de contratos, da publicação de notícias polêmicas e revelando um pouco da personalidade de Senna.

Nesse fim-de-semana do GP de Magny-Cours, onde Barrichelo fez o melhor tempo no primeiro dia de treinos e acabou caindo para a 10ª colocação nos treinos de hoje, vale reproduzir um trecho em que o autor conta uma historinha emblemática. O GP era o da Europa, no autódromo de Donnington Park, naquela corrida em que, dizem os especialistas, Senna fez a melhor primeira volta da história do automobilismo, saindo da quarta colocação no grid para liderar a prova segundos depois. Na pista, um breve encontro entre os dois brasileiros:

"Absoluto na pista, Senna só encontrou uma certa dificuldade com outro piloto, que também dava um espetáculo quase incógnito naquela corrida. Ao saltar de 12º lugar no grid para a quarta posiçao, também na primeira volta, Rubens Barrichello, pilotando uma Jordan-Yamaha, não poderia imaginar situação melhor naquele aguaceiro, em sua terceira corrida de Fórmula-1. Mas a confusão causada pela chuva e pela sucessão de pit-stops era tanta que, quando Senna se aproximou para colocar uma volta de vantagem sobre ele, Barrichello achou que era uma disputa de posição. Seu relato, dez anos depois:
- Eu estava sem noção do que estava acontecendo. Largara sem nunca ter feito um pit-stop na vida, mas já tinha feito cinco paradas, quando Senna se aproximou. Eu tinha visto o boxe da Jordan me mostrar placas dizendo que eu estava em terceiro e, depois, em segundo lugar. Na falta de novas placas e na dúvida, comecei a achar que estava liderando a corrida.
A disputa não passou de duas curvas, mas foi suficiente para deixar Senna irritado. Barrichello, muito provavelmente, terminaria em segundo lugar, se não fosse traído a poucas voltas do final pelo motor Yamaha. Teve de abandonar e ainda engolir um grande sapo, o primeiro de sua carreira: a equipe divulgou que o problema era pane elétrica, mas, na verdade, garantiu Geraldo Rodrigues, manager de Barrichello na época, foi falta de combustível. Os técnicos da Yamaha haviam imposto a versão de pane para não expor seu motor beberrão."

sexta-feira, julho 02, 2004




...E Deus criou o homem



Uma pausa no trabalho para lamentar a morte de Marlon Brando. Um dos atores mais bonitos e charmosos da história do cinema acabou decadente e pobre. Para nós, a imagem que fica é a do galã em cena no famoso "O último tango em Paris", que tem uma das cenas de sexo mais comentadas da sétima arte:

quarta-feira, junho 30, 2004



Assistir ao excelente "Moça com brinco de pérola", no domingo, foi o ápice de um fim-de-semana extremamente feliz.

Nessa ordem e sem interrupções teve café da manhã com o amor, pastel e reencontros no Choro na Feira, compras maravilhosas na Feira Hype do Jockey e sono no meio do filme alugado no Jardim Botânico para encerrar a noite de sábado, já em Niterói, acordar com o amor no domingo, almoçar com a família dele, dormir durante um jogo emocionante só para ele, ganhar um livro há muito paquerado do sebo do Espaço Unibanco, assistir às cenas lindas de sutil sedução entre a criada e o pintor, encontrar dois amigos queridos na primeira vez no Belmonte da praia do Flamengo e atravessar a Ponte de volta para casa ao lado Dele, o amor.

terça-feira, junho 29, 2004



"Sou como bolo, quanto mais batem, mais cresço."

Por mais que me esforce, não consigo entender o malufismo paulista. Na pesquisa do Ibope divulgada ontem, o candidato dos milhões de dólares na Suíça está em segundo lugar, com 21% das intenções de voto, à frente de Marta Suplicy (16%). Embora a margem de erro de 3,1 pontos percentuais, para mais ou para menos, possa aproximá-los, os números são preocupantes.

A liderança do tucano José Simpson Serra (30%) é compreensível, nesses tempos em que o PSDB se vende com o slogan "Recomendado para casos de arrependimento". Com a campanha nacionalizada e os índices de popularidade de Lula menores que a alta taxa de desemprego no país, não surpreende o resultado.

Embora tenha em mente que São Paulo é uma cidade estranha, repito, acho dificílimo compreender o malufismo. Pior que isso, só ter descoberto que meu ídolo Ayrton Senna era amigo e eleitor dele... Coisa de paulista!