Mesmo sabendo que ainda não tenho leitores (pretensão achar que um dia eles, os leitores, esses enigmáticos seres, aterrissarão em meu blog), sinto-me na obrigação de apresentar-me. Meu nome vocês (epa, lapso) já sabem. Faltou dizer que o pãozinho coberto com creme de ovos é apenas o significado do sobrenome Lamego. Confesso que eu nem desconfiava disso até começar a usar o Aurélio eletrônico aqui do Globo. Aliás, há pouco tempo conheci a história de minha família. Mas eu não vou contá-la agora.
Voltando à apresentação: sou jornalista. Isso já dá uma pista sobre a minha personalidade. Trabalho na editorial Nacional de O Globo. Gosto de ler, escrever, conhecer pessoas, viajar. Não deslumbrei-me com a profissão, mas devo dizer que ela já me proporcionou momentos muito gratificantes.
Nem sempre eu quis ser jornalista, apesar de acreditar que já o era na hora em que deixei a barriga materna. Tentei formar-me economista. Talvez esta seja uma de minhas maiores frustrações: nunca consegui lidar com os números que insistiam em travar comigo uma luta desigual. Resultado: só passei em Cálculo 1, acredito, graças à ajuda divina, incorporada na bondade de um professor que resolveu passar todos os alunos naquele período. Pelos três anos seguintes, porém, não consegui ser aprovada em Cálculo 2. Descobri que integrar era muito mais difícil que derivar. Esta, só os economistas entendem.
Estudei jornalismo na UFF, onde conheci pessoas maravilhosas e convivi pouco, mas o suficiente, com os alunos de cinema. Não posso deixar de falar de novo em Nelson Rodrigues, que popularizou nos jornais a aluna de psicologia da PUC. Identifico-me muito com o dramaturgo. Como ele, eu sou uma triste, vivi no subúrbio, adoro as figuras do cotidiano, tremo ao ouvir palavras novas e bem ditas e teimo em pingar pontos de exclamações em quase todas as experiências vitais. O cronista de O Globo, Última Hora, Jornal dos Sports e Correio da Manhã precisava ter vivido para conhecer o tipo peculiar da caloura de cinema da UFF. Leríamos crônicas saboríssimas sobre as frases de efeito da menina depois de assistir a filmes do cinema marginal. Hoje, eu li um artigo sobre a mostra desse movimento que foi levada no CCBB, no Rio, na revista Contracampo (endereço: http://www.contracampo.he.com.br/37/frames.htm) e lembrei-me de minhas aulas na Cinemateca do Museu de Arte Moderna. Juro que anotava algumas pérolas. Um dia, publicarei. Prometo a mim mesma.
Por hoje, é só.