Lameblogadas

sexta-feira, julho 21, 2006



Gi, não me pergunte o motivo, mas desde que ouvi essa música pensei que ela tinha sido feita para você.

Ela faz cinema

Quando ela chora
Não sei se é dos olhos para fora
Não sei do que ri
Eu não sei se ela agora
Está fora de si
Ou se é o estilo de uma grande dama
Quando me encara e desata os cabelos
Não sei se ela está mesmo aqui
Quando se joga na minha cama
Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é a tal
Sei que ela pode ser mil
Mas não existe outra igual

Quando ela mente
Não sei se ela deveras sente
O que mente para mim
Serei eu meramente
Mais um personagem efêmero
Da sua trama
Quando vestida de preto
Dá-me um beijo seco
Prevejo meu fim
E a cada vez que o perdão
Me clama
Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é demais
Talvez nem me queira bem
Porém faz um bem que ninguém
Me faz

Eu não sei
Se ela sabe o que fez
Quando fez o meu peito
Cantar outra vez
Quando ela jura
Não sei por que deus ela jura
Que tem coração
E quando o meu coração
Se inflama
Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é assim
Nunca será de ninguém
Porém eu não sei viver sem
E fim

quarta-feira, julho 19, 2006

Diálogo entre um diretor de sindicato que tentou uma audiência ontem com o Alckmin, enquanto o candidato estava na casa do ex-senador Artur da Távola, e um assessor paulista do tucano.

_ Eu sou presidente do sindicato (...), posso fazer um evento para ele ser recebido por 300 empresários.
_ O senhor tem um cartão?
_ Diz a ele que meu maior título é ser amigo do Marinho, ex-prefeito de Queluz. A senha é essa: quando você disser Marinho, ele vai saber a minha importância. Eu também tenho a carteira de número 3 do PFL no Rio.
_ Eu preciso do seu telefone que depois entramos em contato.
_ O Marinho era prefeito no tempo em que o Geraldo governava Pinda. Ele vai lembrar.
_ Eu não posso ficar aqui muito tempo. O senhor pode me dar um contato?

O homem não tinha cartão, reclamou que foi enganado pelos assessores de Alckmin (que o informaram que o candidato chegaria ao Rio pelo Galeão, mas ele pousou mesmo no Santos Dumont), disse que assim não se ganhava eleição, tentou entabular uma conversa com a imprensa - que, espremida no corredor do prédio, aguardava uma entrevista de Alckmin sobre o Datafolha. Mas não desistiu: conseguiu descer de elevador com o tucano e participar, de papagaio de pirata, da coletiva dele na frente do prédio. No fim, disse que não desistiu porque gosta muito do Geraldo, mas que assim o candidato não ia muito longe...




O crescimento de Heloísa Helena no Datafolha divulgado ontem, de 6 para 10 pontos percentuais, mostra o que já se percebe nas ruas: a candidata tem carisma, muitos admiradores e decidiu usar o seu lado "mãe e mulher" para conquistar eleitores. Na última vez que veio ao Rio, ouvi relatos de pessoas que param para pedir autógrafos, tirar fotos e cumprimentá-la pela boa atuação no Senado. Na Av. Rio Branco, testemunhei muitas manifestações de carinho. E isso num tempo em que a população tem rejeitado os políticos em campanha nas ruas...

E Heloísa retribui. Apesar de toda a agressividade de seus discursos em plenário, ela é uma pessoa doce nas ruas. E frágil. Enfim, mulher. A conclusão é: não é só os eleitores desencantados com o PT e a corrupção generalizada que ela pode conquistar. Acredito num crescimento ainda maior da candidata. O que a impede de ser competitiva é o discurso radical e a falta de projetos alternativos que substituam tudo "de errado que está aí".

terça-feira, julho 18, 2006

Resposta da mãe do Antônio ao texto que enviei a ela e aos amigos por email. Lili não lê blogs, mas autorizou que eu a publicasse.

Nossa, me deu até vontade de chorar. Eu, Lucas e meus irmãos não éramos bem crianças de botequim, mas crianças de casas de amigos e famílias repletas de comida e bebida. Às vezes eu ficava com um sono (fico até hoje, vocês sabem), querendo que meus pais fossem pra casa mas eles não iam nunca. E a madrugada dos boêmios não solitários recebia o sol com alegria. Íamos pra casa (esta é a pior parte. Pais boêmios não podem dirigir como meu pai dirige. Têm que pegar um táxi como eu e Marcelo fazemos) e, poucas horas depois, já estavam as crianças há pouco enervadas (não ficávamos entediados pois tínhamos muitos primos filhos de boêmios com quem nos divertir) pulando na cama dos pais.

Parênteses. Minha mãe sempre acordou tampando a boca com o lençol. Acho que se ela usasse maquiagem ia querer levantar pintada, como personagens de novela.

E o dia seguia, às vezes com mais boemia.

E nessas madrugadas da vida, não conheci pessoalmente muitos famosos, mas os conheci por melodias, poemas e letras de música. Também aprendi que a convivência entre pessoas de gerações diferentes é uma delícia. E que o pai que faz para os filhos declaração de amor quando está bêbado merece todo o perdão e respeito.

Às vezes tenho remorso por levar o Antônio aos bares. Depois, penso como fui feliz frequentando-os e como ainda sou. Afinal, quem pode se dar ao luxo de, aos três anos incompletos, chegar no botequim, ser atendido prontamente por um garçon bigodudo que já conhece seu prato preferido e, ao passar em frente à mesa cativa gritar "Bigode, meu amigo!". O Antônio pode e espero que um dia me perdoe. Perdão, meu filho! Saúde!

Beijos,
Lili